Estados Unidos quer que o Google venda o Chrome: ¿Quais seriam as consequências?

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11 Dez, 2024

11 Dez, 2024

O governo dos Estados Unidos exige que o Google venda seu navegador de internet Chrome para limitar o monopólio da empresa nesse mercado, uma medida que abalaria o gigante da tecnologia.

O Departamento de Justiça apresentou essa recomendação antitruste ao juiz federal em Washington, Amit Mehta, que deverá se pronunciar após a condenação do Google por práticas anticompetitivas nas buscas na internet.

“Isso seria um golpe enorme para o Google”, disse o analista Dan Ives, da Wedbush Securities.

O Google oferece buscas gratuitas e gera receita com a segmentação de publicidade e funções para o comércio online. “Seria uma mudança drástica no modelo de negócios da empresa”, afirmou a professora de publicidade Beth Egan, da Universidade de Syracuse.

Vender o Chrome deixaria o Google sem uma fonte importante da qual “eles obtêm muitas informações que podem usar para treinar seus algoritmos” e promover outros serviços como o Maps, explicou Egan.

Lançado em 2008, o Chrome detém cerca de 70% do mercado de buscas online, superando concorrentes como Edge e Safari, desenvolvidos pela Microsoft e Apple, respectivamente.

Mas os especialistas consideram que o Google encontrará uma maneira de se recuperar caso seja forçado a vender o Chrome. “Não acho que perder o navegador vá matar o Google como empresa”, afirmou Egan.

Por exemplo, a Apple implementou no Safari uma limitação drástica dos cookies, os marcadores que permitem às empresas rastrear a navegação dos usuários.

“Os anunciantes disseram: ‘Temos um impasse, mas vamos encontrar uma solução’”, relatou Egan. “E o Google fará o mesmo.”

Um analista da Bloomberg estima que o Chrome, utilizado por mais de 3 bilhões de pessoas em todo o mundo, poderia ser vendido por pelo menos US$ 15 bilhões. No entanto, a falta de precedentes torna difícil prever o valor do Chrome no mercado.

Em 2016, um grupo de investidores chineses comprou o buscador norueguês Opera Software ASA por 600 milhões de dólares, quando na época tinha apenas 350 milhões de usuários.

“Os potenciais compradores do Chrome realmente não são muitos”, estimou a analista sênior Evelyn Mitchell-Wolf, da Emarketer, ao considerar que “qualquer empresa que tenha dinheiro suficiente para comprar o Chrome já está sob escrutínio das autoridades antitruste”.

A analista considerou, no entanto, que o governo dos EUA poderia autorizar a venda para um grupo nacional para “priorizar a inovação em inteligência artificial [IA] e posicionar os Estados Unidos globalmente” nessa tecnologia.

Os analistas concordam que as pessoas continuarão usando o Chrome, independentemente de quem seja o proprietário, desde que a qualidade não diminua. “Isso pressupõe que o Chrome mantenha suas funções mais populares e continue inovando”, indicou Mitchell-Wolf.

“Os hábitos de busca são definidos principalmente pela conveniência, seguidos pela confiança e experiência”, acrescentou.

O Departamento de Justiça argumenta que as pessoas usam o Chrome porque ele é o navegador padrão em seus dispositivos e que, se tivessem outras opções, as usariam, mas os analistas consideram isso “improvável”.

Muitos duvidam que o juiz Mehta aceite todas as recomendações do Departamento de Justiça. O analista Angelo Zino, da empresa CFRA, considerou as medidas sugeridas extremas e pouco prováveis de serem impostas pelo tribunal.

A nova administração de Trump também “permanece um fator imprevisível”, independentemente de as autoridades de justiça retomarem o caso.

Em outubro, Trump afirmou que se opunha ao desmembramento do Google, considerando que uma decisão assim poderia ir contra os interesses dos Estados Unidos no cenário internacional. “A China tem medo do Google”, e a decisão poderia prejudicar a empresa, estimou Trump. No entanto, o presidente eleito também acusou o Google de ser injusto com conteúdos conservadores.

Autor: Selección del Grupo de Investigación de Future Labs

Autor: Selección del Grupo de Investigación de Future Labs

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