Ray Kurzweil acertou muitas previsões que, anos atrás, pareciam totalmente inverossímeis. Ele é um dos grandes profetas tecnológicos do mundo e afirma que, a partir de 2032, deixaremos de envelhecer graças à IA.
Colaboração de Marc Mestres
A ideia da imortalidade tem sido um sonho da humanidade desde tempos imemoriais. Mas, segundo Ray Kurzweil, um dos futuristas mais influentes do mundo e atual pesquisador principal do Google, a possibilidade de deter o envelhecimento e reverter a idade biológica pode estar a apenas alguns anos de se tornar realidade.
Kurzweil, que acertou muitas de suas previsões tecnológicas no passado, afirma que a convergência entre Inteligência Artificial (IA), biotecnologia e nanotecnologia permitirá que, a partir de 2032, para cada ano que vivermos, ganharemos outro, alcançando assim a chamada “Velocidade de Escape da Longevidade”.
A IA como a chave para a imortalidade:
Em uma recente entrevista ao El País, Kurzweil detalha sua visão sobre o futuro da humanidade e como a IA desempenhará um papel fundamental em deter o envelhecimento e aprimorar a biologia humana. Segundo o tecnólogo, a ciência já está avançando para uma fase em que a IA será capaz de desenvolver soluções médicas personalizadas em tempo real, acelerando a descoberta de medicamentos e permitindo que a longevidade humana aumente exponencialmente.
“Agora, quando você vive um ano, perde outro da sua longevidade. Mas por volta de 2032, para cada ano que viver, você ganhará outro. Sua saúde retrocederá no tempo”, afirmou Kurzweil.
Essa proposta baseia-se no que ele chama de “Lei dos Retornos Acelerados”, que indica que o progresso tecnológico segue uma curva exponencial e não linear. Ou seja, os avanços que antes levavam décadas para se desenvolver agora acontecem em questão de anos ou até meses.
Nanorrobôs no corpo humano:
O próximo passo. Outro dos pilares que sustentam a previsão de Kurzweil é o uso de nanorrobôs na medicina, um tema que ele abordou em seu livro The Singularity is Nearer e que foi analisado em um artigo publicado pela Popular Mechanics.
Os nanorrobôs são esferas de sílica com meio micrômetro de diâmetro envolvidas por inúmeras enzimas de urease. Estas reagem com a ureia presente na nossa urina e produzem movimento.
Segundo o futurista, nas próximas duas décadas os nanorrobôs poderão circular pela corrente sanguínea humana, reparando células danificadas, eliminando toxinas e rejuvenescendo órgãos e tecidos. “Os nanobôs poderão manter o corpo em um estado de saúde ideal indefinidamente. Poderão até substituir completamente os órgãos biológicos, se necessário”, explica à Popular Mechanics.
Em sua visão de futuro, o corpo humano poderia ser composto em mais de 99,9% por tecnologia, permitindo até mesmo a fusão total entre o cérebro e a nuvem.
Realidade ou ficção científica?:
Previsões acertadas. Embora muitas de suas previsões tenham gerado ceticismo na comunidade científica, o fato é que muitas de suas afirmações passadas acabaram se cumprindo. Em seu livro A Singularidade Está Próxima, publicado em 2005, Kurzweil previu que, em 2029, a Inteligência Artificial superaria a inteligência humana — algo que, hoje em dia, parece cada vez mais próximo com o avanço de modelos como o GPT-4, Gemini ou DeepMind.
O pesquisador insiste que a humanidade está a caminho de transcender suas limitações biológicas e que, em questão de duas décadas, poderíamos alcançar um ponto em que morrer de velhice deixaria de ser uma inevitabilidade e se tornaria uma opção.
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