Também se prepara para o lançamento da sonda destinada a examinar Europa, lua de Júpiter
Musk disse que, se a missão for bem-sucedida, as viagens tripuladas poderiam ser realizadas em um prazo de quatro anos. Devemos sempre ter em mente a flexibilidade dos prazos que Musk oferece. Possivelmente, os quatro anos sejam o prazo “mínimo”, factível, embora não tão provável.
A SpaceX planeja lançar cerca de cinco naves Starship não tripuladas para Marte nos próximos dois anos, conforme anunciado neste domingo pelo CEO da empresa, Elon Musk, na rede social X, também de sua propriedade.
Ele detalhou que, se essas missões não tripuladas aterrissarem com sucesso, as missões tripuladas poderiam ser realizadas em um prazo de quatro anos. No entanto, se surgirem “desafios”, as missões tripuladas seriam adiadas por mais dois anos, alcançando um horizonte de seis anos.
“Independente do resultado dos aterrissagens, a SpaceX aumentará exponencialmente o número de naves que viajarão para Marte em cada janela de oportunidade”, garantiu Musk.
No início deste mês, Musk já havia mencionado esses planos em outra publicação no X, onde afirmou que as primeiras Starship com destino a Marte decolariam em dois anos, coincidindo com a próxima janela de transferência Terra-Marte.
Musk ofereceu prazos diferentes para a chegada da SpaceX a Marte. Em abril, ele indicou que a primeira nave não tripulada aterrissaria em um prazo de cinco anos, enquanto as primeiras missões com tripulação o fariam em sete anos.
Para chegar a Marte, a SpaceX projetou uma nave chamada Starship, considerada a maior e mais poderosa do mundo, com a qual se busca abrir novas fronteiras na exploração espacial.
Em abril, a Starship conseguiu sobreviver a uma reentrada hipersônica na Terra e aterrissou de forma controlada no oceano Índico, demonstrando assim sua capacidade de completar missões espaciais com sucesso.
A missão com destino a Júpiter
Os cientistas da NASA apontaram que o que for descoberto pela missão Europa Clipper, que decolará da Flórida no próximo dia 10 de outubro, poderá abrir o caminho futuro da Humanidade no que diz respeito a mundos habitáveis no Sistema Solar.
A sonda espacial, a maior já construída até hoje, decolará do Centro Espacial Kennedy impulsionada por um foguete Falcon Heavy da empresa privada SpaceX e fará uma trajetória de 1,800 milhões de milhas (2,900 milhões de quilômetros) até Júpiter em 2030.
O objetivo deste artefato espacial, que se aproximará a cerca de 16 milhas (25 quilômetros) da superfície, é observar a lua Europa, que se acredita que, sob sua superfície congelada, sustente condições adequadas para a vida: água, energia e química.
“Como um mundo oceânico, Europa é muito intrigante. E esta missão nos ajudará a entender uma parte complexa do nosso sistema solar”, afirmou nesta terça-feira durante uma teleconferência a diretora interina da Divisão de Ciências Planetárias da NASA, Gina DiBraccio.
A missão de vários anos de preparação é estratégica, porque os cientistas da NASA acreditam que, se essa missão, que não aterrissará na superfície deste satélite natural de Júpiter, descobrir que Europa é habitável, então provavelmente outros mundos gelados descobertos no Sistema Solar também o sejam.
Esta missão visa descobrir se, debaixo da superfície de Europa, estão os “ingredientes para a vida”, como precisou DiBraccio. Europa, com um diâmetro de 3.100 quilômetros, é a quarta maior das 95 luas conhecidas de Júpiter (Ganimedes é considerada a maior deste planeta e de todo o Sistema Solar) e estima-se que abrigue um oceano líquido interno com condições potencialmente habitáveis sob sua crosta congelada.
Jordan Evans, diretor deste projeto pelo Laboratório de Propulsão a Jato (JPL) da NASA, afirmou que um dos momentos mais importantes da missão será o desdobramento dos enormes painéis solares da sonda, que ocorrerá cerca de três horas após o lançamento. Um dos principais desafios que a missão enfrentará será suportar o rigoroso ambiente de radiação de Júpiter e sua lua Europa, que poderia afetar os transistores da nave, para o qual foram realizados testes rigorosos e simulações para testar os sistemas da nave.
A nave realizará 49 voos de aproximação à lua Europa, durante os quatro anos que durará sua missão científica, e dez investigações científicas que ajudarão a entender sua crosta congelada e o oceano que se suspeita estar abaixo dela.
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